domingo, 19 de junho de 2011

PRANTO DA NOITE




C A I, S E R E N O







Cai, Sereno

Molha a madrugada

Com teu chorar ameno

O caminhante na estrada

Em seu passo pequeno

Alivia-se do calor

Sob tu, pranto que a Noite
Chora, ao ver-se morrendo


Cai, Sereno

As plantas, as flores

Sentem-se tão bem

Contigo, lágrimas da Noite

Enquanto esperam

O carinhoso açoite

Dos raios do Sol

Que, daqui a pouco, vem


Cai, Sereno

Pois a passarada

Já, de galho em galho

Exigem o orvalho

Pra afinar seu canto


Cai, Sereno

Pois te espera tanto

O meu amor no quarto

Pra quando chegares

Correr pelo campo

E provar teu frescor


Cai, Sereno

Te precisa a planta

Te anseia a flor

Te espera o caminhante

E o pássaro cantor

Cai, Sereno

Pois neste instante

Te desejando tanto

Está o meu grande amor



Do livro de Ademir Garçon ""Onde o Meu Olhar Não Alcança""