A LOURA E O TERNO DO FALECIDO
Loira, ao perder o seu marido
Querendo economizar uns trocados
Resolveu enterrar o falecido
Com um simples terno alugado.
E, então, depois de alertada
Sobre o estúpido erro
Pede ao defunto, coitada!
Que devolva o terno do enterro
Pois a loja todo mês
Cobra o aluguel do tal terno
E se o mesmo já se desfez
Queimado no fogo do inferno?
Mas se o finado tinha juízo
Era honesto, modesto e tão puro
O terno só pode estar no Paraíso
Guardado em lugar bem seguro
E a loira, impaciente
Depois de muita oração
Sem ter seu apelo atendido
Acha que só ha uma solução
Busca-lo irá pessoalmente
E dá um tiro no ouvido.
ADEMIR GARÇON
Publicado no Recanto das Letras em 18/01/2011
Código do texto: T2736701
À P R O C U R A D E U M P A T R O C I N A D O R
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